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Sobre Alexandra

Uma das mais influentes líderes francesas com menos de 40 anos, por conta de seus pontos de vista sociais, políticos e mercadológicos. Em 2013, recebeu o prêmio Mulher destaque do ano, da OBME (Organização Brasileira de Mulheres Empresárias), por explanar aspectos e pontos de vista transformadores sobre raça, gênero, sexualidade e poder.


Autora de One day in Paris, Alexandra também atua como palestrante em escolas secundárias, universidades, expondo suas experiências e vivências dirigindo dezenas de organismos e empresas, incluindo a Câmara do Comércio França-Brasil, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais. Alexandra e uma referência em debates e simpósios. 

Exercendo seu papel como mulher atuante nas mais diversas áreas, tornou-se referência e, portanto, sendo convidada a programas de TV, como o Esquenta (apresentado por Regina Casé), na Rede Globo, França 3 e TF1.

Alexandra ensina sobre Black empowerement, mostrando como a influência de personalidades negras podem desenvolver a autoestima e ampliar as chances de sucesso.

Seus artigos e comentários tem ganhado espaço em renomados veículos da informação, como Folha, Marie Claire, Harper Bazaar, Elle, entre outros.

Alexandra Loras também é conhecida apresentadora de TV por 7 anos seguidos, em parceria com Daniela Lumbroso (Chabada), na France Television, e na TF1 no show "On a tous dans le coeur" tendo entrevistado celebridades da música, como Annie Lenox, Liza Minelli, Zaz, Florent Pagny e muitos mais.


Em 14 de julho 2010, foi coanfietriã da edição especial do Toutes Les France, na França, ao Lado Ahmed El Keiy por ocasião do Dia Nacional da Comemoração do 50º Aniversário da Independencia africana na França.

Alexandra também é um membro da Ofad, uma associação filantrópica de apoio às jovens idades de 15 a 30.

Possui mestrado em Gestão de Mídia pelo IEP- Paris

Atualmente, mora no Brasil, é curadora do Bailinho da Bastilla , junto a seu esposo, Damien, Cônsul Geral da França em São Paulo.

Alexandra Loras nasceu e cresceu na França e viveu na Alemanha, Inglaterra, Espanha, México, EUA e Suécia, passando por mais 50 Países.

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    - Presidente de honra da São Paulo Accueil
    - Prêmio Mulher destaque 2013 da OBME (Organizaçao Brasileira das Mulheres Empresarias)
    - Presidente da ACONSP (Associaçao das Consulesas de São Paulo)
    - Adviser do Board Members da rede PWN (Professional Woman Network)

 

 

 

http://alexandraloras.tumblr.com

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www.Instagram.com/AlexandraLoras

 

 

 

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Em que momento do vosso percurso escolar ouviram falar dos negros pela primeira vez? Sempre que faço esta pergunta, a grande maioria, senão a totalidade, dos meus interlocutores responde: a propósito da escravatura. Lembro-me da primeira vez que me falaram deste tema, na escola. Eu era o único aluno negro da turma e fiquei de tal forma chocado que me interroguei sobre qual teria sido a história dos meus antepassados antes da escravatura. Senti-me rotulado, marcado com um ferro em brasa, sozinho, diante de uma turma que eu via agora com outros olhos e que, provavelmente, passara também a encarar-me de maneira diferente, e não me atrevi a fazer a pergunta. Para mim, a escravatura resumia-se a isto: «Os brancos reduziram os negros à escravatura.» Para compreender a minha reacção, o leitor tem apenas de se colocar no meu lugar. Imagine um jovem branco que, ao longo da sua escolaridade, não ouve uma única referência a um cientista branco, a um soberano, revolucionário, filósofo, artista, escritor ou escritora da sua cor! Pense num universo onde tudo o que é belo, profundo, delicado, sensível, original, puro, bom, subtil e inteligente é invariavelmente negro, e onde Deus, o Ser Supremo, também é negro. Imagine a sua perturbação. A criança interrogar-se-ia sobre se um branco alguma vez teria feito alguma coisa de bom, até que um dia, o programa escolar lhe ensinaria, finalmente, algo sobre si própria: «Os teus antepassados eram escravos.» Uma informação tão simples como esta, com uma introdução à História nestes termos, só poderia inferiorizá-la. Que exemplo para o futuro, que visão de si própria! No meu caso, à medida que os anos passavam, as perguntas avolumavam-se. Ouvia os adultos negros conversarem entre si e afirmarem com absoluta certeza que os brancos eram racistas e que jamais deixariam de o ser. Ao longo da minha vida, tive a sorte de conhecer pessoas que, à sua maneira, me ofereceram as chaves de que necessitava para compreender a História e descobrir outras grandes figuras da humanidade além das que costumam figurar nos manuais escolares, em especial as estrelas negras, cujo trabalho, grandiosidade e obra são, muitas vezes, desconhecidos. Percebi que a escravatura não foi um confronto entre negros e brancos, mas um sistema económico, uma actividade metódica, organizada, uma transacção de seres humanos cuidadosamente planeada. Os próprios brancos conheceram a condição de escravos ao longo da História, e a prová-lo está a origem do termo «escravo», que deriva do nome de uma região da Europa de Leste, a Eslavónia. Desloco-me frequentemente a escolas para falar sobre o racismo e costumo perguntar aos alunos quantas raças existem. «Quatro», respondem eles, lamentavelmente: «A branca, a negra, a amarela e a vermelha.» É este o fundamento do racismo. É absurdo que as crianças continuem a desconhecer que existe apenas uma espécie de Homem, o Homo sapiens. Também costumo perguntar-lhes que qualidades atribuem a essas pretensas raças e obtenho respostas do género: «Os negros são bons em desporto, sabem dançar e cantar bem…» Hoje, que outra ilação podemos tirar a não ser a de que a tarefa da educação continua por se cumprir? E, no entanto, se observarmos as sociedades em que vivemos, como poderemos culpar as crianças? Estas representações permanecem inscritas no nosso imaginário colectivo. As mentalidades só terão evoluído no dia em que, nos manuais e nos cartazes afixados nas escolas, figurarem cientistas, inventores… de todas as cores, no dia em que for ensinada a história das grandes civilizações africanas, asiáticas ou ameríndias, como as do Mali, as da Índia ou as do México. Se queremos realmente mudar a nossa sociedade e combater o racismo, a discriminação positiva ou o comunitarismo não são o caminho a seguir. Só uma mudança de imaginário poderá aproximar-nos e derrubar as barreiras culturais que nos separam. Só então será possível transpor o grande obstáculo que se esconde por detrás de termos e expressões como «minoria visível», «diversidade»—os «vós» e os «nós» determinados pela cor da pele. Enquanto formos reféns da ideologia científica do século xix, que classificou os homens e as mulheres como «superiores» e «inferiores», não conseguiremos compreender que a alma negra, o povo negro, o pensamento negro são tão reais como a alma branca, o povo branco ou o pensamento branco. São meras construções intelectuais. O negro não é mais do que o branco e este não é mais do que o negro, não existe uma missão negra, nem um fardo branco, nem uma ética negra, nem uma inteligência branca. Não há uma história negra e uma história branca. É necessário reavaliar todo o passado do mundo a fim de nos compreendermos melhor e de prepararmos o futuro dos nossos filhos. Espero contribuir para isso com este livro.

 

Introduçao de Lilian Thuram "Minhas Estrelas negras", meu livro preferido.

 

 

Alexandra Loras

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© 2013 por Alexandra Loras. 

 

Pour mémoire, ce blog ne reflète pas les vues du Ministère des Affaires étrangères et du Développement International, ni celles du Consulat Général de France à São Paulo. 

 

 

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